O futuro do render na visão do artista e game designer Rodrigo Banzato
Finalmente me desprendi do render tradicional de softwares 3D usando a qualidade gráfica da Unreal Engine 4, onde consigo apresentar meus personagens e ambientações todas em tempo real, com uma riqueza de detalhes surpreendentes.
Com a chegada de novos recursos, como o Raytrace e a vinda de novas tecnologias, como a da Unreal Engine 5, que vai chegar ao público provavelmente no final de 2021, fica evidente que este será o marco do fim do render tradicional e a aplicação cada vez mais constante da Unreal no cinema e nas produções audiovisuais.
Sem querer me expressar mal, mas a própria Autodesk se revela um tanto quanto preocupada – para não dizer “desesperada” – fica constantemente mudando seus renders e interface, fazendo com que seus novos clientes atualizem desnecessariamente seus produtos para usar alguma “gambiarra” nova ou recurso, mas que na verdade, só vai exigir de você uma máquina mais poderosa, tornando o programa cada vez mais pesado e sem um propósito definido.
Sim, claro que hoje eu uso e ainda recomendo o 3ds Max para aquilo que ele realmente foi projetado, como modelagem 3D, mapeamento, skin (aplicação de ossos) e animação. Nesse quesito ele é uma ferramenta realmente completa, rápida e fácil de usar, inclusive você pode se surpreender com alguns recursos muitas vezes escondidos, mas que resolvem muitos problemas simples também.
Vale lembrar também que todo software tem sua captação e utilização, por exemplo, Mudbox, Zbrush e Substance Painter são alguns deles e uso em casos realmente específicos e com certeza necessários. Depende muito do objetivo do profissional e muitas vezes do que ele quer apresentar em seu portfólio, pois é nele onde irá conseguir ingressar no mercado de trabalho ou almejar novos desafios.
Perspectivas diante de incertezas econômicas
Se antes era difícil ter um equipamento bacana para trabalhar e clientes dispostos a pagar o valor real da sua produção, com a pandemia do coronavírus e a consequente alta do dólar, hoje tudo está ainda mais complicado.
No entanto, vale lembrar que de todos os novos recursos e possibilidades que existem por aí, você não vai precisar ter um super computador para fazer sua “arte”. Lembre-se dos computadores que existiam por volta dos anos 2000 e o que as pessoas conseguiam fazer com os recursos disponíveis, hardware e programas tão limitados.
Eu mesmo, depois do Playstation 1, não comprei mais consoles de videogames, pois sempre investia meu dinheiro numa nova placa de vídeo ou hardware. A vida é feita de escolhas. Jogar no computador já era suficiente para mim, pois além de desenvolvedor de games, sou apaixonados por jogos também.
Fazer um portfólio e entrar em contato com as empresas de todo o mundo, não só do Brasil, já é um bom começo. Estudar inglês nesse caso é fundamental e buscar uma apresentação impecável também.
Aprendendo Modelagem 3D
No vídeo a seguir, Rodrigo Banzato explica como aprender modelagem 3D e iniciar no universo 3D de maneira mais fácil e rápida, além de abordar também as tendências futuras neste segmento, incluindo a questão do uso do render. Curta, se inscreva no canal e compartilhe, pois assim podemos trazer cada vez mais conteúdos assim para você.
Boa parte dos artistas 3D se especializam em algum tópico, modelagem de rostos, cenários, animação etc., mas acredito que cada vez mais profissionais multidisciplinares estão ganhando maior importância, pois as produções estão ficando cada vez mais enxutas e as ferramentas e recursos cada vez mais fáceis.
Veja por exemplo o scan 3D que deverá chegar daqui alguns anos com uma força surpreendente. Seu diferencial como artista será a “criatividade” e não a capacidade de copiar coisas reais no 3D, pois isso o scan já será capaz de fazer por você.
Brinque, pinte, desenhe, jogue um jogo, assista um filme, tenha idéias, escreva, pegue aquele tempinho que sobra no seu dia e use para fazer algo novo que ninguém nunca viu ou imaginou antes. Somos cabeças pensantes, cheias de idéias e cabe a cada um de nós colocar ou não em prática os nossos sonhos. Criar e produzir o jogo Shadows of Kepler foi apenas um um deles de tantos outros que já realizei também e com certeza muitos outros ainda estão por vir.
Vida sem luta não tem o brilho e valor da glória e cada um sabe o peso que carrega. Por esse motivo, tenham fé, mesmo quando tudo possa estar parecendo mais e mais difícil. Essa é minha mensagem.
O que você acha sobre o futuro do render e do 3D em geral?
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Mais sobre Rodrigo Banzato
Como software de modelagem 3D básica eu uso o 3ds Max desde 2003 e como plataforma de games tenho utilizado a Unreal engine desde a antiga versão da UDK. Hoje ela está disponível para desenvolvedores de forma gratuita e só exige pagamentos quando se trata de produções com objetivos comerciais e um rendimento mínimo.
Os trabalhos mais recentes produzidos por Rodrigo foram os jogos Shadows of Kepler e Parallel Game, ambos baseados na plataforma de games Unreal engine.
Parallel Game é um novo jogo brasileiro que está sendo feito na Unreal engine. Ajude Rodrigo Banzato adicionando em sua ‘Lista de Desejos’ da Steam. Acesse Parallel Game na Steam e colabore para o sucesso de mais um jogo brasileiro.
Acesse também o portfólio de Rodrigo Banzato para ver seus trabalhos mais recentes.