A maioria dos alunos dos cursos de desenvolvimento de games é formada por homens e todos são usuários de jogos. Fora das escolas, há uma tendência de multiplicação de funções no mercado. O desenvolvedor deixa de ser um “faz tudo” para se especializar em uma parte do jogo: design, música ou programação. A diversidade de títulos e produtos educacionais também deve movimentar o setor em 2010.
Na PUC-SP, a procura pelo curso de tecnologia em jogos digitais mais que dobrou nos últimos dois anos. “Estamos pensando em aumentar o número de vagas”, revela o coordenador Rogério dos Santos. O curso tem duração de três anos. “A empregabilidade dos formados fica perto de 100%.” De acordo com Santos, o campo de trabalho é composto de produtoras de jogos e agências de publicidade, além de instituições de ensino e companhias interessadas em jogos educacionais e simulações empresariais.
Para Delmar Galisi, coordenador do curso de design de games da Universidade Anhembi Morumbi, a área é multidisciplinar, mas quem entra no ramo precisa gostar de tecnologia. “Os alunos vislumbram a possibilidade de unir o útil ao agradável e veem nos games uma opção de carreira.” Segundo ele, se o objetivo for trabalhar com design de jogos é importante ser um “devorador de cultura”. “Se a meta for atuar como programador dos softwares, porém, deve-se ter um bom raciocínio lógico e matemático.” Cerca de 60% dos formados no curso da Anhembi Morumbi trabalham na indústria. O restante está em áreas afins como animação e design gráfico.
Para Luiz Carlos Rampazzo Filho, professor de web da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), o mercado passa por uma especialização. “A tendência é que os profissionais ocupem funções mais diferenciadas, como diretor de criação, redator, designer e programador”, afirma.
Muitos procuram escolas de especialização, onde existem cursos mais específicos que não são ensinados ainda em faculdades ou universidades. Muitos inclusive já estão no mercado e procuram essas escolas para aperfeiçoar seus conhecimentos. Outros ainda são muitos jovens, mas procuram por estes cursos afim de se prepararem para esse mercado de games que não para de crescer e que já ultrapassou o do cinema.
“Atualmente há bastante espaço para o desenvolvimento de games para a internet, principalmente os chamados ‘advergames’, voltados para promoções ou divulgações de produtos”, diz Vicente Mastrocola, professor de criação digital e computação gráfica da ESPM.