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Onde começou minha história com o 3D e a origem do nome Tonka

De volta a 2001, Tonka3d Episódio 1 foi meu trabalho de graduação da faculdade de Desenho Industrial FAAP, pois logo que entrei na faculdade comecei a me interessar pelo 3D porque eu podia aplicá-lo nos meus projetos de design. Foi daí que cada vez mais fui me aperfeiçoando e ampliando os meus conhecimentos e não queria ver o 3D apenas no papel, queria dar vida naquilo usando design e criatividade. Mas, para isso tive que fazer alguns cursos de 3D onde pude aprender modelagem orgânica e animação que eram as minhas maiores dificuldades na época e hoje devo muito aos meus antigos professores Ricardo Pimentel e Luiz Cavalcante. A idéia da história foi minha e posso dizer que fui influenciado por situações hilárias como as do filme “A Era do Gelo” onde o esquilo é obcecado pela noz.

Depois de discutido a história com meus professores da faculdade Haron Cohen e Marlise Orio Toni, criei a sinopse do filme, contando de uma maneira simples a seqüência das cenas. E, com a história finalizada partimos para o storyboard, onde ainda não tinha definido exatamente todos os elementos da cena, mas já tinha uma idéia de como iria ser. Também pude definir quais seriam as câmeras e cortes.

Comecei também a estudar os objetos que comporiam a minha cena. A necessidade de fazer algo fantasioso, surrealista, não me impôs regras e pude fazer diversos testes de personagem e ambiente. Comecei a desenhar exaustivamente, como um brainstorming, jogando as idéias no papel e não se preocupando muito com o traço e sim com a idéia. Usei muitas referências que pude encontrar em livros e na Internet, um campo sem limites. O personagem principal Tonka foi relativamente fácil de se fazer, pois já tinha mais ou menos a idéia na cabeça, a única duvida era a perna dele, não queria uma perna convencional, fiz também vários estudos de expressão já que ele seria o personagem principal. O seu animal não era para ser nenhuma vaca e nenhum touro, era para ser algo no meio termo, um bicho bem pesado que pudesse levar o personagem Tonka para todos os lugares. O pássaro, outro personagem, possuía algumas referências e seu peito vermelho e bico grande se destacaram como um pássaro hilário. No peixe também usei referencias e sua boca pequena quando aberta se tornava muito predadora. Por fim, criei uma aranha peluda que por sua cor verde e preta dava a impressão de ser muito perigosa.

Com os estudos e desenhos finalizados, parti para a modelagem, quando pude fazer um planejamento do que seria feito e de quando acabaria cada parte do projeto, para que tudo desse certo até 2003. Utilizei o programa 3Ds Max e a modelagem me tomou mais ou menos de um a dois meses. O que me preocupava era o layout de cada cena, ou seja, a impressão de que cada cena iria passar ao telespectador. Por isso, para ter tudo bem organizado dentro do meu planejamento, resolvi fazer um animatic (layout 3d) onde pude ver os movimentos de câmeras e fazer os devidos cortes, tendo assim o tempo exato de cada cena.

Como disse anteriormente, por estar fazendo algo surrealista pude explorar ao máximo o uso das cores deixando contrastes no filme, como por exemplo, a cor amarelada do Tonka em relação ao ambiente verde, com ilhas flutuantes, onde se vêem planetas azuis com um céu alaranjado e azulado bem complexo e cheio de mistérios.

A animação foi e é pra mim a parte mais difícil e a que se deve tomar mais atenção. Eu usei um sistema de bones com helpers, mas mesmo assim perdi muito tempo animando. Pelo planejamento devia ter de uma a duas cenas animadas por semana até o final do ano totalizando 35 cenas. Junto disso fui fazendo os renders onde cada frame não ultrapassava de 1 minuto num, acredite, na época um Pentium 4 com 1 giga de RAM. Tinha como preocupação fazer algo que não pesasse muito nos renders, o uso de backgrounds e a simplicidade me ajudaram nisso, como diria Ricardo Biriba, simplicidade é tudo. Na composição usei o programa Combustion, pois nele por ter renderizado em RPF pude facilmente adicionar os efeitos 3D, como por exemplo, Deph of Field, Fog e Motion Blur. No Premiere, por sua facilidade, editei os arquivos e coloquei o áudio que por sua vez também foi pesquisado, havia decidido que teria uma trilha sonora que não fosse convencional e que combinasse com aquele ambiente 3D. Muitos me perguntaram sobre a voz do Tonka, mas ele não falava, só resmungava, lembram do TAZ ? Nessa hora precisava de um bom dublador, mas fiquei satisfeito apenas com os efeitos sonoros e trilha. O filme teve saída de 1024×554, nesse formato retangular pude valorizar mais o ambiente e quando se vê em full screen podia-se notar os detalhes do cenário.

Enfim, na verdade acabei parando no Episódio 1 e não dei mais continuidade nesse trabalho, mas com certeza este foi o meu primeiro passo para as dezenas de curtas e animações que desenvolvi de lá para cá – vejam no meu canal de vídeos do Youtube –  embora hoje dedico-me mais na produção de personagens 3d para games, que sempre foi uma das minhas maiores paixões.

Para mim, temos hoje um mercado que cresce a cada dia e penso também que a união das pessoas que mexem com o 3D em geral é essencial, pois sozinho é muito difícil você conseguir produzir algo com a rapidez que o mercado exige em muitos projetos. A experiência acumulada e os relacionamentos conquistados ao longo de minha trajetória foram muito importantes, mas parece que sempre estão aquém dos meus objetivos e para mim isso é sempre um desafio.

Um abraço,
Rodrigo Banzato
www.rodrigobanzato.com

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