“No fundo somos um monte de nerds”, diz Marcelo Pontes, aos risos, sobre a equipe da empresa de que é sócio, a SuperUber. A sala de reuniões do escritório paulista da produtora, especializada em projetos multimídia interativos, não nega. É notebook moderninho para cá, sistema de som para lá, projetor com videoconferência rolando. Mas o que faz da SuperUber uma empresa de nerds é mais do que isso.
Os 25 funcionários, entre arquitetos, engenheiros e designers, sabem pelo menos um pouco sobre mapeamentos de projeções, ambientes tridimensionais e afins. O principal negócio da SuperUber está no desenvolvimento de instalações tecnológicas para museus, centros culturais e bibliotecas – que hoje somam 71 peças em exposição. O mais recente deles é o Sopro Quatro, que acaba de ser colocado na galeria de arte contemporânea do museu da Universidade de Oklahoma, nos Estados Unidos.
“É um dos museus universitários mais importantes dos Estados Unidos”, diz Russ Rive, engenheiro eletrônico e também sócio da SuperUber, ao lado da esposa Liana Brazil. O trabalho foi uma das instalações levadas pelo grupo no ano passado à Bienal Mundial da Criatividade, também em Oklahoma.
A instalação é uma reflexão sobre o efêmero, usando o sopro para tornar a imagem viva. O visitante assopra espécies de canudos e seu ar cria imagens feitas de partículas gráficas que assumem diferentes formas. O curioso é que a Sopro Quatro divide sala com obras de artistas como Van Gogh, Monet e Roy Lichtenstein.
Liana conta que “nunca enfrentou preconceito de artistas ou museus com as obras tecnológicas da SuperUber”. “Nem entro em discussões sobre tecnologia ser ou não arte. Não faz nenhum sentido, tudo pode ser arte”, diz. “A tecnologia é necessária não só para atrair jovens, mas também para conseguir falar com o público de hoje, que está acostumado às novas mídias. Com quadros você interage sozinho. Com as novas mídias, a interação é mais óbvia e direta”, conta Liana.
Com o escritório recém-inaugurado em Nova York, além da sede no Rio, a Super Uber, que já criou instalações também para lojas e eventos, se prepara para atender clientes na Copa e na Olimpíada. A grande meta é conseguir um espaço para participar da abertura da Copa do Mundo. Nos últimos quatro anos, a empresa tem mantido crescimento de 50% e espera aumentar esse ritmo nos próximos anos.
fonte: valor economico