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Caverna digital da USP testa projetos 3D

Inspirada no mito da “Caverna de Platão”, na qual os homens são prisioneiros de uma gruta e só conseguem enxergar o mundo em sombras projetadas no interior do local, surgiu a Caverna Digital. Localizada no Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo, o espaço reproduz imagens, sons e sensações por meio de projeções tridimensionais imersivas e, dessa maneira, simula a realidade, assim como a alegoria do filósofo grego.

Ambiente com cinco telas reproduz imagens e sons, por meio de projeções tridimensionais que simulam a vida real

Responsável por colocar o Brasil entre os maiores centros de realidade virtual do mundo, a Caverna – que na verdade é um cubo com cinco telas de 3 metros de largura por 3 de altura – está evoluindo este ano. Em comemoração à sua primeira década de existência, o espaço acaba de dobrar sua definição de mil linhas horizontais, tecnologia já encontrada nos televisores de alta definição (HDTVs), para 2 mil. De acordo com Marcelo Zuffo, coordenador do projeto, “o objetivo é ter 4 mil linhas até o fim do ano e 8 mil até a copa de 2014, tudo com tecnologia nacional”. Isso significa que, comparativamente, o ângulo de visão, que é de 30º na HDTV, cuja resolução é de 1.920 por 1.080 pixels, atingirá 100º na futura tela, com aproximadamente 7.680 por 4.320 pixels. “Dá a sensação de estar presente à cena”, complementa Zuffo.

O LSI também foi pioneiro na captação e transmissão da primeira produção em HD 3D na televisão brasileira. Sua equipe construiu uma câmera tridimensional de alta definição e realizou testes, durante a madrugada, com a TV Cultura. Foram dez produções ao longo de 2009 e 2010, que incluem filmagens de cirurgias, produções acadêmicas da USP e até vídeos sobre a expedição do governo brasileiro na Antártida.

Segundo Zuffo, a gravação com tempo inferior a dez minutos de um vídeo nesse formato exige aproximadamente sete meses de trabalho, em cem computadores, que trabalham 24 horas por dia. Mas o principal empecilho, na verdade, é a exibição. “Ainda não há displays 3D de baixo custo no Brasil para assistir a esse conteúdo, mas nós já estamos desenvolvendo”, diz.

Outro projeto em que a equipe do centro de realidade virtual trabalha é a Copa do Mundo de 2014. Apesar de não revelar detalhes, Zuffo afirma que o LSI atua em parceria com organizadores do evento e que o turismo virtual será uma das ferramentas usadas para explorar a imagem do país na Copa. Para exemplificar como seria tal divulgação, ele cita um simulador de asa delta em 3D sobre o Rio de Janeiro, desenvolvido com a empresa Absolute Technologies, em 2005, para divulgar pacotes de viagem no exterior.

Fonte: Valor Economico

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