Novos dispositivos de realidade virtual prometem revolucionar não só os games, mas também a saúde, a educação e até a exploração espacial!
Tal como o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov previu a própria derrota para um computador, na década de 1990, especialistas em tecnologia profetizam há décadas o dia em que videogames se tornarão tão verossímeis que não serão mais distinguíveis da nossa própria realidade.
“É questão de tempo. Tem a ver apenas com a evolução da tecnologia disponível. A pergunta a fazer é apenas quando?’, assim como no caso de Kasparov, que sabia que um dia seria superado pela máquina”, diz Marcos Melo, pesquisador da UnB (Universidade de Brasília) formado em mecatrônica.
“Assim como nossos computadores evoluíram a ponto de nos vencer no xadrez, eles também ficarão mais complexos e um dia conseguirão emular com perfeição a realidade”, completa Melo.
Dispositivos ainda em desenvolvimento, mas que chegam ao mercado nos próximos anos, são um largo passo na direção desse dia.
O time é liderado pelo Rift, óculos que geram imagens tridimensionais com uma tela de LCD de sete polegadas e que reconhece movimentos da cabeça do usuário.
Demanda os óculos têm de sobra: o Rift começou no Kickstarter, plataforma de financiamento colaborativo, pedindo US$ 200 mil. Um mês depois, o projeto arrecadou mais de US$ 2 milhões.
A promessa é que o dispositivo, atualmente em fase de testes, seja capaz de imergir completamente o usuário nos cenários dos games.
A tecnologia chamou a atenção de figurões da indústria. John Carmack, a mente por trás de games considerados marcos no gênero de tiro em primeira pessoa, como “Doom” e “Quake”, foi recentemente anunciado como chefe de tecnologia do Oculus.
Apesar de ser apontado como a próxima revolução no mundo dos jogos eletrônicos, o Rift, a exemplo do Kinect (sensor de movimentos do Xbox 360), já está sendo usado por empresas de outros setores –saúde, educação, mercado imobiliário e até exploração espacial são apenas alguns dos exemplos.
Na esteira do sucesso, outras iniciativas que propõem ampliar ou complementar a experiência do Rift pipocaram no Kickstarter e também em sites próprios.
São sensores de movimento, controles guiados por acelerômetros, coletes inteligentes e até uma esteira eletrônica, batizada de Omni, projetada para que, além da visualização do cenário em 3D, com o Oculus Rift, o jogador possa também andar de verdade, livremente, para mover seu personagem no jogo.
Fonte: Folha