O ex-jogador de basquete Michael Jordan se tornou famoso e um dos melhores até hoje pelo seu incrível talento, mas o que o distinguia dos outros jogadores era que ele sabia como ficar com raiva. E Michael Jordan estava sempre com raiva! Jordan inventava jogadas como ninguém com sua raiva, o que ajudava a alimentar sua competitividade. Desde muito cedo, ele teve sempre que provar coisas para as pessoas ao seu redor, com estranhos e para si mesmo.
A vida pode nos proporcionar situações frustrantes que fogem ao nosso controle e que podem servir para atrapalhar nosso processo criativo. Más notícias assim podem por muitas vezes nos tirarem totalmente fora do nosso controle e podem servir como uma fonte de desespero ou raiva. Nos sentimos chateados, com raiva, e sozinho. Assim, dificilmente sentimos vontade de criar.
Apesar do que acontece em nossa vida pessoal, nossa vida profissional ainda precisa de nós para criar. Os acontecimentos que nos levam para baixo estão muitas vezes fora de nosso controle, mas existe algo que podemos controlar: a forma como trabalhamos. Novas evidências sugerem que as emoções negativas podem ajudar nossas habilidades criativas em determinadas áreas. Especificamente, quando você está de mau humor, o mau humor é o recurso mais usado para atacar um bloqueio a sua criatividade.
Existe uma pesquisa vinda de um trio de professores europeus que estudaram os hábitos de mais de 100 profissionais criativos. Pediram a estes criativos para manter um diário de suas emoções durante uma semana. No início e no final de cada dia, os profissionais classificariam o seu nível de emoções positivas (inspiração, emoção, atenção) e seu nível de emoções negativas (estresse, hostilidade, culpa). Curiosamente, os participantes mais produtivos relataram emoções positivas no final do dia, mas também observou que começaram os seus dias mais produtivos com as emoções negativas. Em outras palavras, eles canalizaram sua raiva para o seu trabalho.
Os participantes mais produtivos começaram seus dias mais produtivos com emoções negativas.
Uma possível explicação é o foco. Pesquisas anteriores sugerem que as emoções negativas ajudam a estreitar nosso foco para tarefas ou projetos específicos e até mesmo persistir por mais tempo neles, especialmente quando podem ser rejeitados. Talvez as emoções negativas iniciais foram na verdade ajudando os profissionais a manterem sua mente focada em seu trabalho por mais tempo, indo mais fundo nos problemas que podiam estar enfrentando e gerando assim melhores soluções e resultados.
Para testar essa idéia, os mesmos pesquisadores pediram a um grupo diferente de participantes para fazerem uma tarefa brainstorming afim de gerar o máximo de idéias possíveis. Antes do brainstorming, no entanto, os participantes foram aleatoriamente designados para escrever um ensaio biográfico contando ou um evento positivo ou negativo em sua vida. Assim como os profissionais de criação na primeira tarefa, os participantes que refletiram sobre um evento negativo desempenharam melhor, listando mais idéias que eram também mais variadas e originais. Mesmo com suas redaçoes não relacionadas com a tarefa de brainstorming, as emoções negativas que experimentaram, colocaram-nos em um modo melhor de se concentrar no problema e pensar em soluções.
As implicações desta pesquisa são significativas. A evidência sugere que certos estados de espírito são mais adequados para determinadas tarefas. Quando você está de mau humor, pode ser melhor retornar a um problema particularmente difícil ou a um projeto que está parado. Pense na emoção negativa como o combustível que você pode queimar no caminho para a criação. As emoções negativas podem acabar por ajudá-lo a aprofundar no problema e encontrar uma solução que seu estado de felicidade nunca teria descoberto.
Eu concordo.. Mas, de qualquer forma, fiquei curioso pela fonte das pesquisas dessas “novas evidências”. De onde você tirou?